domingo, 20 de junho de 2010

O espaço para a palavra

No OFL procura-se que os grupos não ultrapassem as 15 crianças de modo a permitir o fluir da palavra ao longo de todo o atelier. Partilho uma abordagem coerente com esta metodologia, da psiquiatra e psicanalista Annie Birraux, a qual escreveu:

"Expressar verbalmente aquilo que se experiencia, autoriza uma representação já elaborada do seu mundo inteior... A palavra é um instrumento de paz, quando lhe damos tempo para se exteriorzar e para chegar a um acordo com as verdadeiras intenções daquele que fala"

Annie Birraux, Parce qu'il faut bien quitter l'enfance, Éditions de la Martinière, p92

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Onda




Livro: Susy Lee,Onda.Gatafunho.2009.

Um livro sem palavras que nos solta o pensamento e nos faz boiar nas águas ariscas do mar.
Ao molhar o dedo para virar a página sinto o salgado do mar na ponta da língua.
Ao virar a folha ilustrada solta-se uma aragem com cheiro de praia.
Garanto-vos que vejo e ouço o mar como se pudesse mergulhar a mão ao passá-la pelo papel. Está fabuloso, está afoito e terno, convida-nos a arriscar mas também ao prazer da contenção, da segurança, da descoberta e da esperança.

Embora não tenha letras (para as ouvirmos falar e ecoar no nosso pensamento) este livro é daqueles que tem tempo para se sentar connosco, para nos aconchegar enquanto o lemos, enquanto dialoga com o nosso âmago. Aventurei-me a fazê-lo saltar do papel, tinha que fazer parte dos livros seleccionados pelo OFL, os quais considero serem excelentes mediadores do desenvolvimento emocional.

Espreitem um pequeno video realizado a partir do livro aqui

*O grupo na foto é demasiado grande pelo que apenas foi apresentado o conto e não houve os 3 momentos do OFL (conto, expressão, reflexão)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

OFL no curso Violências, Pedagogias e Imaginários…Curso Livre Sobre Contos



O Ouvir o Falar das Letras tem o prazer de se juntar ao Centro Oeiras a Ler em mais um evento promotor do co-pensamento e da partilha de experiências e conhecimentos. Através de diferentes contos que abordam a temática do medo (mesmo simbólicamente) procurarei fazer uma ponte com conteúdos do desenvolvimento emocional e criar uma oficina dinâmica de reflexão acerca das temáticas.

"Positivamente, contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas: e a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha. Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem; só essa de contar histórias se dedica amorosamente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo.” Eça de Queiroz (2000, p.12) "Entreter amorosamente" e "consolar" são duas acções que dão ao conto uma potencialidade quase maternal. Revestir este género literário com as características acima descritas traz ao acto de contar um cariz de vinculação, de relação afectuosa e contentora. É tudo isto que procuro neste encontro.

Inscrevam-se:

Violências, Pedagogias e Imaginários…Curso Livre Sobre Contos

28 de Junho a 03 de Julho de 2010

Centro Oeiras a Ler | Biblioteca Municipal de Algés

Ana Mourato - Os contos e os medos (oficina)

30 de Junho

Informações e inscrições: Biblioteca Municipal de Algés, tel. 214118970, e-mail: marta.silva@cm-oeiras.pt